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Recordando I

1/3/2021

 
​ Recordando I
Tem dias em que as coisas nos vêm  á memória…
No meu livro “ Pequenas Memórias” , falo do nosso rio  Arunca…e alguns episódios ocorridos com esse rio.
A minha vizinha do lado era a Clarisse Blanc Esteves,  ela vivia na parte de baixo com o marido e os filhos, a mãe, a D. Ester,  no andar de cima, com o marido, o sr. Anselmo .
Eram parentes do Dr. Paiva e de vez em quando tinham a visita do Dr. Paiva e família. A mulher do Dr.Paiva era uma senhora fina, que não sendo muito expressiva era simpática. A Teresinha a filha, saiu ao lado da mãe na figura. A pesar de tantos filhos, a Teresinha ficou sempre elegante.  Já a Lenita, era mais expansiva, mais o lado do pai …Ela não teve filhos e depois de perder o marido…foi-se abaixo…e fico por aquí. O Dr. Fernando vinha pouco, ficou viúvo muito cedo e com uma filha de 8 ou 10 anos para criar. Do filho mais velho, também médico, se a memória não me falha, foi muito novo para os EU com a mulher e os filhos…Teve gémeos e um deles morreu com uns 4/5 anos…
A mulher do Dr. Paiva era espanhola, com um sorriso doce. Não recordo do que morreu.
A Teresinha uma vez veio a Pombal , visto que o marido também era da mesma terra.  E ainda só tinha a Marisa , a filha mais velha. O que recordo é que sendo magra, levava um vestido largo…soube depois que era  da gravidez.
E como sempre, foram visitar a Clarisse…
E nesse dia, andava lá o pedreiro a cimentar o quintal…a tal grande obra de que falo no meu livro…escoando a água para o rio….
A Marisa, teria nessa altura uns 5/6 anos e saiu para ir ao quintal como era hábito fazer…e os  passos dela ficaram impressos no cimento que estava fresco…o pedreiro chamou-lhe a atenção, porque não podia andar por ali…e lá correu ela para o  pé da mãe, chorando  lágrimas de infelicidade, que me fazem sorrir hoje ao recordar a cena, porque eu estava lá…a mãe encostando-a a si num abraço carinhoso, tentando explicar  porque não podia ir ao quintal nesse dia…
Pequenas coisas que nos ficam na memória…
Recordo  ainda a D. Marquinhas ( Maria do Céu ) casada com o senhor Armando Simões, que está naquela fotografia enorme no Teatro –Cine e que viviam na mesma travessa do Sr. Arcipreste, mesmo ao lado da Farmácia Barros… O pai da D. Marquinhas enviuvou e voltou a casar com a mãe do Sr Gilberto Ascensão que é por isso meio-irmão da D. Marquinhas.
A D. Marquinhas, muito branquinha de pele e de cabelo era muito boa com os bordados e uma cozinheira de se lhe tirar o chapéu. Teve 2 filhos,  a Fernanda e o Armando.
O Armando casou e foi viver para Moçambique, por lá morreu sem ter tido filhos. A Fernanda era da mesma idade da minha tia Esmeralda, irmã da minha mãe. Esteve quase para ser minha tia…quando no meu baptizado, conheceu o meu padrinho, irmão mais velho do meu pai…O namoro durou um ano…mas terminou. Mas a Fernanda sempre ficou amiga, os pais já o eram dos meus avós e com o facto de a minha tia viver em Vila Real, ela ficou mais em contacto com a minha mãe. Com pouco mais de 20 anos, foi para Lisboa trabalhar nos CTT, onde já estava uma prima da minha mãe, também  de Pombal e cujo pai, primo da minha avó, foi vereador da Camara, de nome Braz Teixeira…que vivía numa casa, frente à Pérgula do Jardim, que foi deitada abaixo para construir o prédio de 3 andares que lá existe…
As duas Fernandas, como lhes chamavam, trabalhavam as duas nos CTT, mas não a atender o público…
Quando fui estudar para Lisboa, chamavam-me para lá ir ter com elas…a Repartição era na Rua Braancamp,  era sempre uma festa…e mais esta e aquela, que vinham ver a “filha da Guida”.
Os anos passam e as pessoas também se vão desta vida… mas…havia os almoços dos Antigos alunos  Colégio… e havia aquele grupo que se reunia em Lisboa, naquela pastelaria ao cimo da Rua de S. Bento…onde todas se encontravam…E já reformada, eu ia de vez em quando a Lisboa porque a Fernanda Simões me pedia… E quando eu chegava, ela toda feliz, dizia para eu esperar um pouco porque tinha de fazer uma chamada…
Eu esperava…e no dia seguinte, lá me arrastava com ela à tal pastelaria onde já estavam todas…a Teresinha Paiva, a mulher do Dr. Saul, a Manuela, uma  filha do Capitão Tavares Dias, duas irmãs que tinham andado no Colégio,  a Felícia, colega dos CTT, …e o centro das atenções era…eu, a filha da Guidinha. 
A Fernanda tinha contado a história da doença da minha mãe, além de muitas vezes ser testemunha, porque de vez em quando  ia a Pombal e ficava na minha casa…
Eu era o centro das atenções naqueles momentos…mas sempre desviei as atenções da minha pessoa, preferia que me contassem coisas…Momentos divertidos, que trazem boas recordações…as muitas gargalhadas, as muitas histórias contadas, as desgraças de cada uma, que elas iam contando…nem tudo era um mar de rosas, mas tentavam superar um pouco  com aqueles encontros, que cada vez tinha menos pessoas…porque a morte e as doenças não perdoam…
Tudo isto porque fiquei a saber só agora que a Teresinha também partiu…engraçado… as Teresas morrem mais cedo ou é impressão minha??? Teresa Fernandes, minha colega de turma e da minha idade, já se foi há uns anos…filha da D. Branca, que vivia quase ao lado dos correios , Teresa Magno, que soube por acaso, tempos depois de ter morrido, Teresinha Quaresma …e tantas outras que conheci… Muita luz para todas as que já se foram.
Obrigada a todas pelo muito ou pouco que estiveram na minha vida.
Paula Gameiro
5/02/2021
 

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